segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Mateus 24, silêncio no Céu por meia hora, etc.

Josedson Santos pergunta:

Pastor Ciro, tenho lido seus livros Erros que os Pregadores Devem Evitar e Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria. Aproveito para parabenizá-lo por tamanha propriedade no assunto. Gostaria que você me tirasse algumas dúvidas, por favor.
1) É correto dizer: “Que Deus possa te abencoar”, como se Ele não pudesse?
2) Onde está escrito que no céu Jesus nos servirá?
3) Os sinais de Mateus 24 são sinais para o Arrebatamento ou para segunda fase da vinda de Cristo?
4) Alguns dizem: “Que essa paz habite em nossos corações até a vinda de Cristo”. Quando Ele voltar, a paz deixará de existir em nossos coraçoes?
5) Onde está escrito que houve no céu silêncio por meia hora?
Parecem coisas pequenas, mas são muito importantes para mim; alguns jovens me perguntam. Gostaria de ter a resposta certa.

Josedson Santos

Pastor Ciro responde:

Caro Joedson,

Agradeço-lhe pelas palavras de incentivo. São palavras como as suas que me estimulam a continuar escrevendo.

1) Não gosto da forma “Que Deus possa te abencoar”, pois o verbo “poder”, nesse caso, serve apenas e tão-somente como uma “muleta”, além de gerar certa dubiedade. É melhor sermos objetivos: “Deus te abençoe”. Na oração, o emprego desse “possa” também é dispensável. “Senhor, que tu possas abençoar o teu povo”. Ora, é muito mais simples dizer: “Senhor, abençoa o teu povo”.

2) Creio que o texto que menciona o fato de sermos servidos pelo Senhor, ou o que mais se aproxima dessa descrição, é Lucas 22.30: “para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel” (grifo meu). Como o Senhor Jesus disse isso durante a Ceia, enquanto servia os seus discípulos, infere-se que isso ocorrerá no Céu, mas em outra dimensão, inimaginável, haja vista nada deste mundo ser comparável com “... a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18).

3) Em Mateus 24.3 a pergunta dos discípulos foi tríplice e ensejou uma resposta igualmente tríplice: “... quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” O Senhor Jesus, portanto, mencionou acontecimentos próximos, como a destruição de Jerusalém, em 70 d.C., bem como sinais relativos ao Arrebatamento, à sua Manifestação e ao fim do mundo. Por exemplo, o versículo 14 não se refere a um sinal do Arrebatamento: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo... e então virá o fim” (grifo meu). Quem pensa, pois, que o Senhor só voltará depois de todo o mundo ter sido evangelizado está enganado. Essa evangelização em massa ocorrerá por ocasião do Milênio, que antecede o fim do mundo.

4) O fato de alguém dizer “Que essa paz habite em nossos corações até a vinda de Cristo” não significa que, após o Arrebatamento, não teremos paz. Pelo contrário, experimentaremos a paz no seu mais alto grau, posto que não mais estaremos sujeitos às provações e angústias deste mundo (2 Co 4.17; Rm 8.18). Creio que o emprego da frase em apreço ocorra com a intenção de estimular os crentes a permanecerem firmes enquanto estiverem neste mundo (Ap 2.10; 3.11; Mt 24.13).

5) O texto de Apocalipse 8.1, na verdade, diz: “E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora” (grifo meu). A menção desse silêncio evidencia que haverá grande pavor, espanto, horror diante dos julgamentos vindouros contra o pecado, pois a abertura do sétimo selo dá início a juízos mais severos da parte de Deus sobre os adoradores da Besta.

Que a paz do Deus, que excede todo o entendimento, guarde o seu coração até a vinda do Senhor!

CSZ