domingo, 31 de janeiro de 2010

O que é uma onomatopeia?


O que é uma onomatopeia?

Pastor Ciro responde:

Na minha opinião... blá-blá-blá. Existem muitos termos onomatopaicos... blá-blá-blá. Creio que, para obter a resposta, é melhor consultar os dicionários da língua portuguesa, pois neles encontramos explicações tintim por tintim, em vez de lenga-lenga.

Muitos, ao tentarem explicar o que é onomatopeia, ficam lengalengando. E eu, sinceramente, não gosto desse tipo de nhén-nhém-nhém.

Mas, enquanto eu escrevia este texto, lembrei-me de que, na minha infância, eu tocava reco-reco na igreja. Certo dia, acabei me distraindo e... zás-trás! Derrubei o instrumento no chão e... pumba. Meu pai não gostou nem um pouco disso, e tive de correr muito, fazendo zigue-zague entre os bancos e cadeiras.

Ao ziguezaguear, acabei escorregando e...
cataprum! Quando acordei, já estava na cama e me sentindo estranho... Era como se houvesse um tique-taque na minha cabeça. Além disso, havia um grande zum-zum na casa — eram os vizinhos que não paravam de chegar.

Mesmo descobrindo o quanto eu era querido, me irritei com o barulho daquelas pessoas que, perguntando se eu estava bem, zunzunavam sem parar. Então, reclamei: Vocês podem falar mais baixo, por favor? E minha mãe, feliz da vida com a minha melhora, abriu um grande sorriso e me deu um bombom*.

* Nota do editor: alguns linguistas dizem que bombom não é onomatopeia, e sim termo de origem francesa.

CSZ

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Por que é tão difícil ser um escritor?


Muitos leitores me escrevem perguntando se é difícil escrever... Bem, partilharei algumas experiências com vocês nesta postagem.

Pastor Ciro responde:

A cada dia, chego à conclusão de que escrever não é nada fácil. E, por isso, preciso me esforçar muito mais, a fim de explicar tudo aos meus leitores, nos mínimos detalhes. Mesmo assim, ainda correrei o risco de não ser compreendido...

Quando a dificuldade em compreender um texto vem de um leigo, até que me consolo. E tenho prazer em lhe mostrar que precisa melhorar em sua interpretação textual, além de explicar-lhe melhor as minhas argumentações. O pior é quando essa dificuldade vem de pessoas que fazem questão de exibir títulos: teólogo, filósofo, advogado, apologista, pastor, presbítero... Ou seja, pessoas que pensam estar certas, estando erradas.

Não tenho nada contra o uso de títulos. Mas não podemos nos esquecer de que não é o título que faz a pessoa. É a pessoa que faz o título. Assim como o Senhor Jesus foi acusado de falar contra o Templo — e condenado por isso —, em razão de os seus doutos acusadores não terem compreendido que Ele falava de seu próprio corpo (Jo 2.19,20), às vezes também sou acusado de ter dito o que jamais disse!

Há algum tempo, certo pastor me acusou de ter escrito contra o Grande Templo da Assembleia de Deus em Cuiabá-MT e aproveitou para me xingar (!) em público. Ele interpretou erroneamente o que eu escrevi no livro Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria, editado pela CPAD. No texto ficcional que abre esse livro, eu escrevi: “Chegando ao Brasil, Paulo é recepcionado por uma comitiva de pastores, que o convidam a conhecer, em certa cidade, o grande templo ecumênico das Igreja Paz & Amor.

Ora, no texto acima, é óbvio que eu não afirmei que o apóstolo Paulo veio ao Brasil, literalmente. E é claro que o grande templo ecumênico da Igreja Paz & Amor não é o Grande Templo da Assembleia de Deus! Se o pastor que me acusou — e me xingou! — tivesse lido o contexto, teria entendido que usei de linguagem figurada para me referir ao perigoso evangelho ecumênico, o qual vem encantando a muitos desavisados.

Recentemente, um presbítero (presbítero?) me escreveu para me acusar de fazer uma campanha para comprar um avião, o AeroCiro. Disse ele: “A paz do Senhor, Ciro. Me perdoe [por] não chamá-lo de pastor, pois descobrir [sic] através da oração que você não tem chamada nem sorte neste ministério, agora eu entendo porque que Deus me tirou do Minitério [sic] do Ipiranga antes de te [sic] conhecer
pessoalmente. Tu se vendeu [sic] e agora neste momento és vaso da Ira de Deus. Como pode o senhor está [sic] ao lado do pastor Antonio Gilberto e desonrá-lo desta forma? Em nome de Jesus arrepende-te antes que seja tarde”.

Bem, o que dizer a esse irmão que assina como presbítero fulano de tal da Assembleia de Deus do Ministério do Belém em Birigui, São Paulo? Primeiro, creio que, antes de eu me arrepender, esse “presbítero” precisa ler o texto sobre o AeroCiro de novo, devagar, com calma, observando a figura que ilustra o artigo. Afinal, se esse irmão gosta de usar o título de presbítero, precisa aprender a interpretar um texto em linguagem figurada.

Eu até pensei em encaminhar o e-mail desse “presbítero” aos meus amigos pastores das Assembleias de Deus do Ipiranga e do Belém, em São Paulo. Afinal, eles precisam estar atentos, a fim de, nas próximas consagrações de obreiros ou nos recebimentos de trabalhadores de outros campos, perguntarem aos candidatos se eles sabem distinguir entre linguagem literal e figurada.

Parece que isso é elementar, mas imagine o que esse “presbítero” anda pregando por aí? Como ele entende, por exemplo, Salmos 6.6? Pensa ele que Davi nadava literalmente em suas lágrimas? Acredita que o fígado de Jeremias foi literalmente derramado na terra, quando lê Lamentações 2.11? Pensa ele que Paulo estava querendo ser melhor que Pedro e João quando ironizou os falsos apóstolos: “em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos”, em 2 Coríntios 11.5? Ou acredita que o Diabo é um ser irreal?

Bem, se esse “presbítero” concluiu mesmo que este escritor está em campanha para comprar um avião, ignorando que o texto sobre o AeroCiro é uma crítica bem-humorada aos falsos obreiros e telengadores, tudo é possível...

Diante do exposto, caros escritores, articulistas, editores de blog, pregadores, ensinadores, expoentes, de maneira geral, tomem cuidado, pois assim como a Bíblia sofre na mão dos enganadores, a sua mensagem também pode estar sendo mal-interpretada. Alguém, talvez, já tenha até criado postagens ou gravado vídeos para atacá-los, acusando-os de dizer o que nunca disseram!

CSZ

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O que significa “avatar”?


Por causa do filme Avatar, de James Cameron, e seu sucesso de bilheteria no Brasil, muitos internautas estão me escrevendo e perguntando a respeito do significado do termo que dá nome ao filme. A fim de atender a esses irmãos rapidamente, resolvi citar um trecho do meu livro Perguntas Intrigantes que os Jovens Costumam Fazer, editado pela CPAD, no qual há um capítulo sobre a Nova Era. Para conhecer esta obra, visite o Blog do Ciro.

Pastor Ciro responde:

“Muitos são os títulos que identificam o movimento: New Age, Era de Aquário, Nova Ordem Mundial, Nova Consciência etc. Era de Aquário se refere a um período em que a humanidade entrará em uma fase adiantada de consciência espiritual. Tal título tem origem em um segmento da astrologia que apresenta quatro eras com a presença marcante de um avatar.

Avatar é alguém que atingiu o nirvana, iluminação após sucessivas reencarnações, e decidiu voltar ao mundo para ajudar as pessoas a aperfeiçoarem o espírito. A palavra nirvana, embora indique iluminação, significa “apagar”, uma referência ao fato de que todos os desejos se extinguem quando se atinge esse estágio final.

Cada era está relacionada com um povo e tem a duração de 2.150 anos. Os egípcios se destacaram na pecuária e tinham os bovinos como deuses. Daí a primeira era ser Touro, cujo avatar não é definido claramente nos estudos aquarianos. A transição para a Era de Carneiro foi a saída do povo de Israel do Egito. O povo predominante desta era, por conseguinte, são os judeus, que cuidavam de ovelhas.

O avatar da Era de Peixes, segundo os aquarianos (seguidores da Nova Era), é Jesus Cristo, tendo como povo predominante os cristãos. Esse título foi dado ao período em razão de o peixe ser o primitivo símbolo do Cristianismo. As letras da palavra ichtus (“peixe”, em grego) foram usadas pelos cristãos para criar o acróstico: “Iésous Christos Theou Uios Sõter”. Ou seja: “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.

Acompanhando a seqüência cronológica estabelecida, a Era de Aquário começaria somente em 2.146, mas alguns aquarianos dizem que a humanidade já vive esta era, enquanto outros dizem que chegará a qualquer momento, trazida pelo seu avatar, o Maitréia, acerca do qual falaremos mais adiante. (...)

A Nova Era é, portanto, uma espécie de corrente de pensamento em que convivem diversas idéias, crenças, filosofias e práticas esotéricas. Não se trata de uma seita, mas de uma forma de pensar que tem como base a idéias do fim da Era Cristã (Peixes), para a instituição da Era de Aquário”.

Em Cristo,

CSZ

domingo, 24 de janeiro de 2010

Pregadores mirins ou miniaturas de animadores de auditório?


Comecei a pregar muito cedo, por graça de Deus, e também conheci, ao longo dos meus quase 40 anos, meninos pregadores. Alguns cresceram e continuaram pregando a Palavra do Senhor. Outros, por falta de orientação, resolveram agir por conta própria, e suas promissoras carreiras ministeriais não deram em nada.

Estou preocupado com a nova geração de pregadores. E me sinto incomodado com os chamados pregadores mirins, que são, na verdade, meninos de 8, 10, 12 anos que estão imitando famosos animadores de auditório. E, pasmem, já existe até bebê avivalista!

Os animadores de plateia mirins são miniaturas dos pregadores malabaristas. Eles são cheios de trejeitos, berram ao microfone, como se fossem pôr as entranhas pela boca, correm de um lado para o outro, fazem gracejos, dão golpes no ar, empregam bordões como “Ei, psiu, diga para o seu irmão: sonhador não morre” e “Pentecostal que não faz barulho está com defeito de fabricação”. E o pior: de modo soberbo, agem como profissionais da pregação!

Em algum lugar na Internet, um menino mal-orientado apresenta o seu currículo de maneira imodesta e, tacitamente, oferece os seus serviços: “Pregador mirim fulano de tal, pregador da palavra de 11 anos, usadíssimo por Deus! Deus tem me usado para avivamento espiritual, exortação, cura, libertação de almas e muito mais! Telefone para contato: (99) 9999-9999”.

Ora, Deus usa a quem quer e como quer, inclusive meninos, adolescentes e jovens! Haja vista Samuel, Davi, Josias, o menino Jesus, Timóteo, etc. Mas não podemos aceitar com naturalidade a exploração infantil, o mecanicismo e o artificialismo. Além disso, não devemos tolerar, nos infantes, a soberba, o comportamento de celebridade e a imitação de um modelo que não está de acordo com a pregação cristocêntrica, ainda que usemos como justificativa o fato de as crianças serem ingênuas e, até certo ponto, inocentes.

Por outro lado, não gosto nenhum pouco da maneira como certos editores de blog escarnecem desses chamados pregadores mirins e os expõem zombeteiramente, criando vídeos com legendas reprováveis. Eu nunca vou inserir um vídeo desse tipo aqui porque isso é também explorar os infantes e expô-los ao ridículo. Precisamos ter equilíbrio e saber que o bom humor precisa ser feito com bom senso e temor a Deus.

Que Deus levante pregadores mirins que falem com singeleza a respeito do Evangelho. Que os líderes e pais orientem os meninos pregadores a permanecerem humildes, sabendo que a chamada é um ato soberano do Senhor. E que eles, por sua vez, imitem o maior Pregador mirim que o mundo conheceu, o qual aos 12 anos estava no meio dos doutores — interrogando-os e sendo interrogado por eles! Ele, ao chegar à maturidade, cumpriu com autoridade um tríplice ministério, ensinando, pregando e curando os enfermos (Mt 4.23).

Com respeito e amor a todos os expoentes mirins (pois Jesus também foi um menino Pregador), e desejando vê-los progredir, seguindo a bons exemplos,

CSZ

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O mundo acabará em 2012?

Quase todos os dias visito uma livraria. E já vi pelo menos uns três livros novos pelos quais se afirma que o mundo poderá acabar em 2012. Aproveitando que o filme 2012 ainda está em cartaz, alguns prognosticadores de plantão chegam a decretar o dia exato em que o mundo acabará: 21 de dezembro de 2012!

O mundo acabará bem no dia em que eu e a minha amada completaremos 21 anos de casamento?!

Pelo menos o centenário das Assembleias de Deus no Brasil será em 2011...

Mas, o que mais acontecerá antes de 2012? Ih, o centenário do Corinthians?! Bem que o mundo poderia acabar antes...

Brincadeiras à parte, nós, que conhecemos a Palavra de Deus, não estamos esperando o fim do mundo, e sim o Arrebatamento da Igreja, o qual poderá acontecer a qualquer momento!

CSZ

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Pedir ou determinar?

O leitor Leandro Dias, de São Paulo, pergunta:

A paz do Senhor, pastor Ciro. Aqui no meu bairro uma determinada igreja colocou uma faixa bem grande na frente do templo: ‘Até agora nada determinastes em meu nome. Determinai e recebereis para que o vosso prazer se cumpra’ (João 16.24). Se você ainda não aprendeu a determinar, participe de uma de nossas reuniões e aprenda a receber as bênçãos de Deus. Estou confuso; pode me ajudar?

Pastor Ciro responde:

Conquanto pessoas estejam “determinando” sobre as suas carteiras, para que fiquem cheias de dinheiro, ou sobre os seus corpos, para que fiquem sadios, o Senhor Jesus ensina-nos a pedir ao Pai em seu nome, e não a determinar (Mt 7.7-11; Jo 14.13; 16.24, etc.). Na foto acima — tirada pelo próprio irmão Leandro — vemos um grave pecado contra o Deus da Palavra e a Palavra de Deus: o de torcer as Sagradas Escrituras, fazendo-as dizerem o que não dizem (Ap 22.18,19; Dt 12.32).

Os falsos mestres torcem, falsificam as Escrituras (cf. 2 Pe 3.16; 2 Co 2.17), afirmando que o sentido do termo “pedir” equivale, no grego, a “determinar” e “exigir”. Valem-se da eisegese (não confunda com exegese), método pelo qual se cria uma doutrina, para depois encontrar na Bíblia versículos isolados, que, pretensamente, avalizem interpretações diferentes das usuais e comuns.

É pecado contra o Deus da Palavra e a Palavra de Deus, repito, afirmar que o termo “pedir” em João 14.13; 15.16; 16.24,26 e passagens correlatas significa “determinar”. Fazer isso é querer ajustar a mensagem da Bíblia ao raciocínio humano. Será que todos os eruditos que traduziram as Escrituras para os vários idiomas erraram? Afinal, nenhum deles empregou “determinar” em lugar de “pedir” nas passagens supramencionadas.

João Ferreira de Almeida traduziu o verbo grego aiteõ, em João 14.13, por exemplo, para “pedirdes” (cf. ARC e ARA). Nas traduções inglesas King James Version e New Internacional Version, empregou-se o verbo ask (pedir). E, na famosa versão espanhola de Casiodoro do Reina, o verbo aplicado foi pediereis. W. E. Vine afirmou: “O verbo aiteõ sugere na maioria das vezes a atitude de um suplicante, a petição daquele que está em posição inferior àquele a quem a petição é feita; por exemplo, no caso de homens ‘pedindo’ algo a Deus (Mt 7.7)...” (Dicionário Vine, CPAD, p.860).

Mas os defensores da “determinação”, quando tentam explicar o seu pecado de torcer a Palavra de Deus, se complicam mais ainda! Asseveram que determinam ao Diabo, e não de Deus! Como explicar, então, as palavras do Senhor Jesus em João 15.16: “a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda”, posto que foram dirigidas diretamente ao Pai, e não ao Diabo?

Infelizmente, muitos estão “determinando” porque aprenderam a fazer isso com o missionário fulano de tal. Mas o melhor mesmo é aprendermos com o Bom Pastor Jesus Cristo, que disse: “Pedi, e dar-se-vos-á... Porque aquele que pede recebe...” (Mt 7.7,8).

Amém, pessoal? Sim ou não?

CSZ